Pegou na mochila
já gasta e velha
pelo não uso.
Encheu-a de trapos.
Esvaziou-a de recordações.
No outro ombro, a guitarra.
Partiu para o Mundo.
Em viagem.
Em viagem viajou pelo Mundo.
Tocou para sobreviver.
Sobreviveu para tocar.
Apaixonou-se um punhado de vezes.
Outras tantas esqueceu a paixão.
Um dia,
forte a bebedeira,
adormeceu numa viela do Quartier Latin.
Sonhou recordações,
recordou sonhos.
Depois,
com displicência,
enfiou o revólver na boca
e disparou.
Foi a sua última viagem!
Porto, 30 de Junho de 2005
01 outubro, 2005
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1 comentário:
A imagem que fica é a da violência mas a poesia está lá e cativa.
Gostei.
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